Às vezes o que falo não tem importância,
o que calo sim, este é o que comunica.
Cortar a própria carne com fria e fina lâmina,
tem gosto um gosto láscivo, um gosto perpétuo,
ver o metal úmido de seiva escarlate, a formar tolos
desenhos sobre o frio chão, coadunando com a vida vazia de sentido.
Ver sua existência a escorrer junto à água fria pelo ralo,
tornando ainda mais ínfima sua casta e tola vida.
Partir sem sofrimento não é um desejo, no íntimo, a punição e o castigo é para ser compartido, para mim que revelo meu interior com o vil metal desta navalha, e para os que me cercam que não vêem e não ouvem a comunicação de meu silêncio.
Não tenho qualquer receio de partir, mesmo porque esta vida é um soslaio, não deixarei de existir, assim que me unir à lama primordial passarei de um reles mortal à nutrição da terra.
seja o primeiro a comentar!