terça-feira, 23 de outubro de 2018

Desalento

A necessidade de pertencer a um meio, sociedade, ou comunidade acaba nos levando a muitas vezes agir de formas inesperadas, intempestivas, das quais muitas vezes nos arrependemos. Ao tempo em que nossa sociedade nos permite contato e aproximação imensa através dos meios de informação, este mesmo meio nos afasta da vida próxima, comum, que de fato convivemos e nos leva a ter um horizonte que muitas vezes não pertencemos nem menos gostaríamos de pertencer se fosse em outras épocas.
O desalento se mostra quando nos deparamos com situações que poderiam nos aproximar e acaba muitas vezes somente nos afastando, observo em mim este fato, que afim de conhecer novidades, acabo esquecendo do meio em que vivo e relegando minha vida cotidiana ao relento. Muitas vezes precisamos de uma grande sacudida, para acordarmos e nos percebemos que o urgente é a vida que estamos que 'ponte' da tecnologia junto às informações e às pessoas nada mais é que uma grande muralha nos afastando do nosso presente.
Não é bom que vivamos desta forma, pois no momento em que precisamos de ombros amigos, ou somente um ouvido para que nos escute, não encontremos meras respostas no famoso "internetês", e sim deixemos de priorizar a tal vida 'on-line' e vivamos de fato a vida desconectada para de fato vivenciarmos relacionamentos reais e duradores, com todas a venturas e desventuras que estas proporcionam.

Texto em 18 de Maio de 2012

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segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Monja Coen

https://youtu.be/wF5CV3_WyBU

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sábado, 13 de maio de 2017

Navalha na carne

Às vezes o que falo não tem importância,
o que calo sim, este é o que comunica.

Cortar a própria carne com fria e fina lâmina,
tem gosto um gosto láscivo, um gosto perpétuo,
ver o metal úmido de seiva escarlate,  a formar tolos
desenhos sobre o frio chão, coadunando com a vida vazia de sentido.

Ver sua existência a escorrer junto à água fria pelo ralo,
tornando ainda mais ínfima sua casta e tola vida.

Partir sem sofrimento não é um desejo, no íntimo, a punição e o castigo é para ser compartido, para mim que revelo meu interior com o vil metal desta navalha, e para os que me cercam que não vêem e não ouvem a comunicação de meu silêncio.

Não tenho qualquer receio de partir, mesmo porque esta vida é um soslaio, não deixarei de existir, assim que me unir à lama primordial passarei de um reles mortal à nutrição da terra.

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Quando é séria, ouço-a falar-me de assuntos sérios. Às vezes, sussurra-me. Às vezes, grita-me. Essa voz não é a minha voz. Não é a voz que, em filmagens de festas de anos e de natais, vejo sair da minha boca, do movimento dos meus lábios, a voz que estranho por, num rosto parecido com o meu, não me parecer minha. A voz que ouço quando leio existe dentro de mim, mas não é minha. Não é a voz dos meus pensamentos. A voz que ouço quando leio existe dentro de mim, mas é exterior a mim. É diferente de mim. Ainda assim, não acredito que alguém possa ter uma voz que lê igual à minha, por isso é minha mas não é minha. Mas, claro, não posso ter a certeza absoluta. Não só porque uma voz é indescritível, mas também porque nunca ninguém me tentou descrever a voz que ouve quando lê e porque eu nunca falei com ninguém da voz que ouço quando leio.

Perante um jornal, a voz lê-me pedaços de notícias. Começa a ler e desinteressa-se. Rasga pedaços de textos ou de títulos que me lê sem organização. Quando caminho pela rua, a voz diz-me frases pintadas nas paredes, diz-me palavras que brilham em letreiros iluminados. Caminho e a voz vai falando comigo. Não lhe respondo porque não sei como falar com ela. É uma voz de falar. Penso que é uma voz que não ouve. Abro romances e a voz é paciente a explicar-me paisagens que nunca vi, árvores, estradas, horizontes. Quando me fala de pessoas e coisas verdadeiras, volto atrás. Ao repetir-me um texto, a voz detém-se mais em cada palavra. Pronuncia cada sílaba. Pára em frases e repete-as porque quer que eu as entenda completamente. Eu, que não sei se entendo, ouço-a, admirado com as palavras. Não foram poucas as vezes que a voz que ouço quando leio me fascinou com palavras que disse. Muitas vezes, as suas pausas acenderam imagens no meu interior, nos lugares escuros que transporto dentro de mim e que não conheço. Muitas vezes essa voz iluminou lugares dentro de mim: túneis que não conhecia. Muitas vezes, vejo essa voz avançar por eles com uma tocha. Eu sei que a voz que ouço quando leio não tem medo. Eu sei que essa voz me conhece melhor do que eu me conheço a mim próprio. Diante de poemas, a voz caminha por dentro das palavras. Dentro de cada palavra: túneis de palavras reflectidas em espelhos à frente de espelhos. Avança por esses túneis de palavras multiplicadas como se desenhasse mapas dentro de cada palavra. Ao fazê-lo, avança por túneis dentro de mim e ajuda-me a desenhar um mapa de mim. Eu ouço-a. Fico a ouvi-la durante horas e tento não esquecer nada porque quero aprender a perder-me menos vezes de mim próprio. (...)

Essa voz que ouço quando leio é parecida com a voz que ouves agora ao ler estas palavras. Ou talvez agora estejas a ouvir a voz do teu pensamento. Talvez agora estas palavras não sejam importantes porque o teu olhar desce pela página, faz o movimento de rectas, e voltas no fim das linhas. Mas o teu olhar não lê e talvez neste momento não estejas a ouvir a voz que, dentro de ti, te lê estas palavras em silêncio. Por isso, estas palavras não são importantes. Agora, ouves a voz do teu pensamento e estas palavras são nulas, como se não existissem, são palavras que estão aqui impressas, que vão ficar aqui impressas durante muito tempo, mas que não existem porque não as lês. Passas os olhos por elas, mas ouves a voz do teu pensamento. Não lês. Não ouves a voz que poderia estar agora a ler para ti. Eu poderia continuar a falar-te de tantas coisas inúteis, jardins, equações. Eu poderia descrever-te o silêncio com palavras, mas não valeria a pena porque tu olhas para estas palavras, mas não as lês. Enquanto pensas, estas palavras são o silêncio. Eu não sei aquilo em que pensas. Eu não posso saber aquilo em que pensas. Para falar contigo, eu preciso da voz que ouves quando lês. Se queres ouvir aquilo que acabei agora de te dizer, tens de voltar atrás.

Talvez já tenhas percebido que eu não sou eu. Eu sou a própria voz que ouves quando lês. Hoje, pela primeira vez, quero falar directamente contigo. Quero que existo nestas palavras. Através delas, quero apenas dizer-te que existo. Estou aqui !!

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Solicitude

Em alguns momentos paramos, e observamos noso quotidiano.
Não é simples, pois não queremos ter um olhar crítico sobre nossas ações, pois já nos basta a crítica da sociedade, mas é necessário este olhar, e ainda mais tentar apurá-lo para perceber pequenos ou até grandes desvios que estejamos cometendo.
Estes dias parei nesta silenciosa contemplação, deparei-me com ações, atitudes deveras desnecessárias. Uma atitude que chamou-me mais a atenção foi o título desta postagem: solicitude. 
Estamos sempre à busca de aprovação, desde um simples café que se faça, à um trabalho elaborado. E isto nos modifica, quando percebemos estamos esmolando atenção, uma solicitude extrema de aprovação, de aceitação.
E no fim de mais uma apurada observação, não cheguei a conclusão definitiva sobre o assunto, mas definitivamente é algo a se pensar e profundamente.

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segunda-feira, 1 de maio de 2017

Voz

Quando é séria, ouço-a falar-me de assuntos sérios. Às vezes, sussurra-me. Às vezes, grita-me. Essa voz não é a minha voz. Não é a voz que, em filmagens de festas de anos e de natais, vejo sair da minha boca, do movimento dos meus lábios, a voz que estranho por, num rosto parecido com o meu, não me parecer minha. A voz que ouço quando leio existe dentro de mim, mas não é minha. Não é a voz dos meus pensamentos. A voz que ouço quando leio existe dentro de mim, mas é exterior a mim. É diferente de mim. Ainda assim, não acredito que alguém possa ter uma voz que lê igual à minha, por isso é minha mas não é minha. Mas, claro, não posso ter a certeza absoluta. Não só porque uma voz é indescritível, mas também porque nunca ninguém me tentou descrever a voz que ouve quando lê e porque eu nunca falei com ninguém da voz que ouço quando leio.

Perante um jornal, a voz lê-me pedaços de notícias. Começa a ler e desinteressa-se. Rasga pedaços de textos ou de títulos que me lê sem organização. Quando caminho pela rua, a voz diz-me frases pintadas nas paredes, diz-me palavras que brilham em letreiros iluminados. Caminho e a voz vai falando comigo. Não lhe respondo porque não sei como falar com ela. É uma voz de falar. Penso que é uma voz que não ouve. Abro romances e a voz é paciente a explicar-me paisagens que nunca vi, árvores, estradas, horizontes. Quando me fala de pessoas e coisas verdadeiras, volto atrás. Ao repetir-me um texto, a voz detém-se mais em cada palavra. Pronuncia cada sílaba. Pára em frases e repete-as porque quer que eu as entenda completamente. Eu, que não sei se entendo, ouço-a, admirado com as palavras. Não foram poucas as vezes que a voz que ouço quando leio me fascinou com palavras que disse. Muitas vezes, as suas pausas acenderam imagens no meu interior, nos lugares escuros que transporto dentro de mim e que não conheço. Muitas vezes essa voz iluminou lugares dentro de mim: túneis que não conhecia. Muitas vezes, vejo essa voz avançar por eles com uma tocha. Eu sei que a voz que ouço quando leio não tem medo. Eu sei que essa voz me conhece melhor do que eu me conheço a mim próprio. Diante de poemas, a voz caminha por dentro das palavras. Dentro de cada palavra: túneis de palavras reflectidas em espelhos à frente de espelhos. Avança por esses túneis de palavras multiplicadas como se desenhasse mapas dentro de cada palavra. Ao fazê-lo, avança por túneis dentro de mim e ajuda-me a desenhar um mapa de mim. Eu ouço-a. Fico a ouvi-la durante horas e tento não esquecer nada porque quero aprender a perder-me menos vezes de mim próprio. (...)

Essa voz que ouço quando leio é parecida com a voz que ouves agora ao ler estas palavras. Ou talvez agora estejas a ouvir a voz do teu pensamento. Talvez agora estas palavras não sejam importantes porque o teu olhar desce pela página, faz o movimento de rectas, e voltas no fim das linhas. Mas o teu olhar não lê e talvez neste momento não estejas a ouvir a voz que, dentro de ti, te lê estas palavras em silêncio. Por isso, estas palavras não são importantes. Agora, ouves a voz do teu pensamento e estas palavras são nulas, como se não existissem, são palavras que estão aqui impressas, que vão ficar aqui impressas durante muito tempo, mas que não existem porque não as lês. Passas os olhos por elas, mas ouves a voz do teu pensamento. Não lês. Não ouves a voz que poderia estar agora a ler para ti. Eu poderia continuar a falar-te de tantas coisas inúteis, jardins, equações. Eu poderia descrever-te o silêncio com palavras, mas não valeria a pena porque tu olhas para estas palavras, mas não as lês. Enquanto pensas, estas palavras são o silêncio. Eu não sei aquilo em que pensas. Eu não posso saber aquilo em que pensas. Para falar contigo, eu preciso da voz que ouves quando lês. Se queres ouvir aquilo que acabei agora de te dizer, tens de voltar atrás.

Talvez já tenhas percebido que eu não sou eu. Eu sou a própria voz que ouves quando lês. Hoje, pela primeira vez, quero falar directamente contigo. Quero que existo nestas palavras. Através delas, quero apenas dizer-te que existo. Estou aqui !!

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segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Certeza de morte

Nunca estive tão convicto do próximo passo a dar, viver não tem sentido.

Partir sem um destino final, mas escolher a forma de partir, me parece a única escolha sensata.

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segunda-feira, 25 de julho de 2016

Tenho vergonha,
Medo,
Não sei o que me tornei.

Escravo de vontades não digeridas,
Cúmplice de um destino incerto,
E sufocado por discursos que teimam em não subir garganta acima.

Se o silêncio fosse compreendido...
Mas é somente tolerado.

Escrever um dia foi permitir-me...
Hoje é alarde do desespero...





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Emoções não sei controlar,
Choro por raiva,
Por tristeza,
Não por alegria...

Não sei definir,
...como já escrevi aqui,
as lágrimas são palavras presas...

Tenho que mudar! Mas não sei se quero...
Muitas vezes não sei o que pensar,
E minha mente está presa em pensamentos,
que vão e vêm sem controle...

A mente envia sinais físicos,
Mas não sei se os quero decifrar...

Decifra-me ou te devoro...
E vou sendo devorado contra minha vontade...
Sem lutar, sem esboçar qualquer revelia...

Já não sou inteiro, nem metade,
sou pouco menos, e cada dia menos...
Menos vivo, menos realizações...
E muitas... Desavenças, desatenções,
tristezas, palavras confusas.

Desistir parece ser a saída, dita fácil,
Mas que não parece ser tão próxima assim,

Parar.
Esperar.
Devanear.
Emudecer.
Endurecer.
Entristecer.
E porque não? Enlouquecer...


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quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Setor bancário: depressão epidêmica

Alguns modelos de gestão movidos a competitividade nociva e a exploração do trabalho sob assédio moral, pressões por desempenho e humilhações podem estar por trás de um ato extremo: o suicídio
Embora haja muitas estatísticas referentes ao adoecimento e à depressão de trabalhadores, poucas pesquisas relacionam tais doenças ao suicídio. Uma das pioneiras foi apresentada na década passada pelo professor Ernani Xavier, mestre em Administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Xavier identificou 76 bancários que se suicidaram entre 1993 e 1995, época em que estavam em alta temas como reorganização do trabalho, aceleração tecnológica, privatizações, fusões, programas de demissão voluntária e demissões em massa – no período, foram demitidos mais de 430 mil trabalhadores no setor em todo o Brasil.
Em 2009, o trabalho Patologia da Solidão: O Suicídio de Bancários no Contexto da Nova Organização do Trabalho, tese de mestrado em Administração de Empresas de Marcelo Augusto Finazzi Santos, na Universidade de Brasília (UnB), apurou que 181 bancários terminaram com a própria vida de 1996 a 2005 – em média, um a cada 20 dias. Entre as principais causas, assédio moral, pressões por metas, excesso de tarefas e medo do desemprego.
Em 2007, cansada das humilhações no ambiente de trabalho, a bancária Mônica, de 25 anos, tentou acabar com o sofrimento tomando uma overdose de remédios. Ela mesma relata: “Olhei pra cima e falei: ‘Me leva porque eu não aguento mais as humilhações, os xingamentos’. Minha mãe me socorreu. Em 2009, eu tentei de novo com 40 ou 50 comprimidos de medicamentos controlados. Fui levada para o hospital.
Não aguentava mais, o gerente me ignorava, não falava comigo, passava meus clientes para os outros. Eu simplesmente não existia. O médico me afastou, mas meu gerente me forçou a trabalhar mesmo com atestado. Aí, pediu minha demissão”.
Mônica não suportava mais ouvir insultos dos superiores. “Um dia eu estava almoçando, eram mais de 16h, e a minha gerente geral começou a gritar: ‘Não pode comer!’. Eles nos humilhavam na frente de todo mundo. ‘Que porcaria de produção é essa? Vocês querem que eu enfie um Sonrisal no c* de vocês para andarem que nem jet ski?’ E eu não conseguia esquecer essas coisas. Ia ficando cada vez pior.”
Em novembro de 2009, ela foi pressionada a abrir em uma semana 100 contas de renda acima de R$ 4 mil. “A meta geral era abrir dez contas dessas em um mês. Em uma semana era impossível. Diziam ‘se vira!’ E eu pensei: ‘Vou acabar com tudo, com a minha vida, com essa dor de cabeça, eles vão parar de me humilhar’. Assim não teria mais de ir trabalhar com essas pessoas. Por isso, se minha vida acabasse hoje, tudo bem. Eles acabaram com a minha vontade de viver.”
Wellington também sofre de depressão. Contratado em 2000 para trabalhar no antigo Banespa como operador de Controle de Qualidade, ele começou a ter crises nervosas. “Eu não era reconhecido. Comecei a ter convulsões, crises nervosas dormindo. Quando isso acontece, eu não consigo me lembrar como e o que acontece. Passei por neurologista, psiquiatra e estou em grupos de apoio”, relata.
“Depois de seis anos, contratavam para ser meu superior uma pessoa que não sabia o trabalho, eu tinha de ensinar e era muito cobrado. Na prática, o que eu falava era ordem, mas não tinha cargo nem salário para essa responsabilidade, tinha que ter o controle de tudo porque era uma gráfica de segurança máxima. Para eu ir ao banheiro tinha de passar por revista, tirar o sapato. Os outros não precisavam.”
Segundo ele, as humilhações o levaram a quase acabar com a própria vida: “Aconteceu numa semana que eu estava de atestado médico. A maioria das pessoas da minha equipe foi demitida e acabei indo numa reunião. Teve uma desavença muito grande, fui menosprezado, discriminado, rotulado. Fiquei muito mal. Quebrei o vidro do meu carro com o pulso, quase morri. Não tenho os movimentos da mão ainda. Minha vida é no hospital. Tomo seis tipos de remédios, calmantes, antidepressivos, fico descaracterizado. Caí na escada e quebrei os pés. Estou de licença médica. No banco me chamam de Gardenal”.
Para a médica Maria Maeno, coordenadora do grupo temático Organização do Trabalho e Adoecimento, da Fundacentro (órgão do Ministério do Trabalho que atua em questões de saúde), o suicídio ligado ao trabalho é pouco estudado no Brasil por dificuldades metodológicas. A depressão, alerta ela, tornou-seepidêmica no mundo inteiro, mas é pior nessa categoria. “O ramo financeiro talvez seja o que tenha sofrido a maior reengenharia na organização do trabalho. Com a automação, a velocidade da informação e das transações, a demanda ficou mais rápida e eles têm de responder mais rapidamente também. Todos têm de vender produtos – que não são de primeira necessidade – e cumprir metas, independentemente de onde estejam. Quando você é pressionado, os comportamentos são os mais diversos”, explica Maria Maeno.
“É preciso haver acordo entre trabalhadores e bancos. Os bancários estão vulneráveis e não reagem quando passam por essas situações. Isso não é culpa do gerente geral ou do superintendente, são as chefias imediatas as que aparecem, mas sobre elas há a pressão que vem da forma como o sistema bancário funciona”, adverte.
Pesquisa feita com bancários de todo o Brasil sobre as prioridades da campanha nacional deste ano mostra que para quase 80% da categoria o combate ao assédio moral e às metas abusivas são os principais problemas nos locais de trabalho.
Para a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Juvandia Moreira Leite, o assédio tem a origem no sistema de organização do trabalho imposto pelos bancos.“Nós temos várias reclamações de gerentes-gerais de agência dizendo: ‘Eu não aguento, meu diretor fica ligando todo dia, tenho de me controlar muito para não repassar essa pressão para o meu quadro de funcionários’”, diz.
Juvandia admite que há problema com o comportamento individual das chefias, mas considera que a organização do trabalho do banco induz a esse comportamento. “Eles querem resultados, independentemente de como a cobrança é feita. E isso até hoje ficou sem punição.”
Para ela, é importante criar instrumentos para que o banco condene formalmente essa conduta. “Ele tem que garantir que não admitirá isso. Tem de ter prazo para apurar denúncias e tomar providências. Há casos em que se demora seis meses ou mais para apurar. Tem muitos bancários afastados por causa de depressão, mas também os que não estão afastados, mas tomam remédios. Em agências, acho que no mínimo uma pessoa tem esse problema ou desenvolve sintomas.”
Só no primeiro semestre deste ano, 18 mil funcionários saíram dos bancos, metade deles pediu demissão. “O trabalho bancário hoje é muito caracterizado pela pressão, pela cobrança. É fundamental que a gente encerre a campanha salarial com algum avanço no combate ao assédio porque realmente é um grave problema em todos os bancos, públicos e privados”, afirma a presidenta do sindicato.
Retirado de: https://blogdosbancarios.wordpress.com/2010/11/10/setor-bancario-depressao-epidemica/

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Oito sintomas físicos de depressão além da tristeza

Dor de cabeça e distúrbios gastrointestinais podem acompanhar o quadro

POR CAROLINA SERPEJANTE PUBLICADO EM 16/06/2015 Em: http://www.minhavida.com.br/saude/galerias/18674-oito-sintomas-fisicos-de-depressao-alem-da-tristeza/3

depressão caracteriza-se como uma doença em que ocorrem desequilíbrios químicos dos chamados neurotransmissores. Essas substâncias são responsáveis por transportar as informações pela rede de neurônios de nosso cérebro - incluindo as sensações de prazer, serenidade, disposição e bem estar. "A depressão irá afetar neurotransmissores como serotonina, dopamina, noradrenalina e melatonina, que interferem justamente nesses sentimentos", afirma o psiquiatra Luis Gustavo Brasil, da Clínica Maia. Esse desequilíbrio químico pode desencadear uma série de respostas e em diversas funções do organismo, e as consequências são os sintomas que já conhecemos: tristeza, apatia, falta de motivação, dificuldade de concentração, pessimismo, insegurança e muitos outros.

Além dos sintomas psicológicos tão conhecidos da depressão existe um grupo de sensações físicas que também cursam com a doença. Se não for tratada, a depressão se agrava, causando sintomas que nem sempre são relacionados à doença. Confira algumas sensações físicas que podem acompanhar o quadro depressivo e quando buscar ajuda:

Problemas digestivos

Quando o individuo está em depressão, há uma baixa na produção dos neurotransmissores, como a serotonina e a noradrenalina. "Esses mediadores são responsáveis pela modulação da dor e também pelo equilíbrio emocional, portanto um paciente depressivo apresenta maior sensibilidade à dor", explica a psicóloga e psicanalista Priscila Gasparini Fernandes, da Universidade de São Paulo (USP).

A dor na parte gastrointestinal é muito comum em depressivos. Segundo a especialista, há muitas vezes a ocorrência da síndrome do intestino irritável, que causa dores abdominais, flatulência e mudanças do hábito intestinal. "Pacientes podem chegar ao gastroenterologista com esses sintomas e, após vários exames clínicos, são diagnosticados como de fundo emocional."

Dor de cabeça

A depressão também pode motivar dores do tipo cefaleia. "Há o cenário que chamamos de somatização, no qual o indivíduo com depressão acumula sintomas emocionais, frustrações,
medos e inseguranças e descarrega no corpo", afirma a psicóloga Priscila. "Vale ressaltar que é um processo inconsciente, ou seja, o individuo não tem controle sobre isso, e deve procurar ajuda profissional."

Distúrbios do sono

Distúrbios do sono são bem comuns: ou o paciente dorme demais, buscando no sono uma fuga da realidade, ou não consegue dormir, por não conseguir se desligar dos problemas que o levaram a depressão. Em ambos os casos, o resultado é um sono de má qualidade. "O paciente não se recupera o suficiente para as atividades que deve exercer, o que explica a piora da do rendimento e da produtividade", lembra o psiquiatra Luis Gustavo Brasil, da Clínica Maia.

Tensão na nuca e nos ombros

Como consequência do processo de somatização, o paciente depressivo fica constantemente em estado de alerta - e isso se reflete em tensão na musculatura, principalmente da nuca e ombros. "A ansiedade e nervosismo para resolver as questões emocionais estão frequentemente associadas a esses sintomas", diz a psicóloga Priscila.


Cansaço ou fadiga

"A falta da produção adequada dos neurotransmissores serotonina, noradrenalina e dopamina gera uma prostração muito grande em pacientes", conta Priscila Gasparini Fernandes. O resultado são sintomas como fraqueza, cansaço, falta de ânimo e falta de iniciativa para executar qualquer atividade.


Mudanças no apetite e no peso

A depressão é frequentemente associada a transtornos alimentares. Isso porque a doença leva a alterações no apetite, podendo ocorrer a falta ou o excesso deste, culminando em perda ou ganho de peso. "As reações são individuais, é necessário apenas observar que o comportamento não está normal para aquela pessoa e orientá-la a buscar ajuda", explica a psicóloga Patricia.

A especialista ressalta ainda que quadros de anorexia e bulimia são diferentes de depressão, e como tal devem ser tratados separadamente. Há casos em que o paciente já diagnosticado com transtornos alimentares desenvolve um quadro depressivo, mas não se sabe quais são os gatilhos para essa relação. Portanto, é necessário prestar atenção tanto nas mudanças de apetite do paciente com suspeita de depressão quanto em sinais depressivos nas pessoas que já tratam transtornos alimentares.


Dores no corpo

Pacientes com depressão muitas vezes se queixam de dores generalizadas e persistentes no corpo todo, principalmente nas costas e peito. "Os sintomas de fadiga e cansaço próprios do quadro depressivo acabam comprometendo uma postura adequada quando o indivíduo tenta realizar suas atividades diárias, piorando a sensação de tensão e dores musculares", explica psiquiatra Luis. Sedentarismo e a falta de atividades físicas podem tornar o quadro ainda mais intenso. 


Imunidade baixa

A depressão leva o indivíduo à prostração - ele não se sente bem fisicamente e mentalmente. herpes.
Isso pode, de maneira indireta, interferir na imunidade. "Ocorre uma liberação descontrolada de hormônios quando não estamos bem emocionalmente, afetando as células de defesa", diz Priscila Gasparini Fernandes. Além disso, a tristeza e falta de iniciativa para realizar atividades pode fazer com que o paciente não tome os devidos cuidados com a saúde, adotando comportamentos de risco como ingestão excessiva de álcool, tabagismo, uso de drogas, má alimentação e sedentarismo - todos fatores que interferem diretamente na imunidade, deixando o indivíduo mais vulnerável a infecções oportunistas, como gripes, resfriados e

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Muitas vezes percebemos que uma tristeza sem tamanho nos apodera, mesmo que não existam motivos aparentes, uma bola grande cresce no peito, tentando se irromper em lágrimas, mas as lágrimas secaram e este sentimento não tem vazão, me sinto explodindo e não sei o que fazer.






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sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Estive pensando o quanto a vida é diferente, e o quanto somos volúveis, nossas idéias mudam de um momento a outro, por qualquer motivo, sem que muitas vezes racionalizemos, atitudes desprovidas de qualquer sentido. O calor das emoções é um grande motivador, e nem sempre é um bom conselheiro, pelo contrário, são estes acontecimentos que muitas vezes trazem o arrependimento, o dito popular é bastante válido neste momento: 'se arrependimento matasse!'. Tomei uma decisão profissional que hoje me arrependo, como se diz popularmente era feliz e não sabia, o aumento financeiro, hoje em dia não é suficiente. A qualidade de vida também é importante, os valores familiares também são quesitos que hoje pesam bastante. Estar longe de quem se ama, é desgastante, o fim de semana, de cá para lá é cansativo, e não repõe a presença e a falta que o convívio faz. Mesmo com o avanço da tecnologia e a pretensa proximidade que esta proporciona, sequer supre qualquer manifestação de amor ou carinho, a tecnologia é fria. Não quero dizer com isso que o convívio no relacionamento é somente de maravilhas e felicidades, quem convive sabe bem, o momento de calar, de falar; de viver os conflitos que só se vive quando você se dispõe a dividir das alegrias e tristezas, as saúdes e as doenças, os problemas e as soluções, o choro contido e e alegria solta. É mas no fim sempre o saldo é positivo, falo por mim. Hoje observo que não lido bem com mudanças, e ter mudado de forma tão drástica assim de repente foi de fato pesado. Trabalhar o dia inteiro e depois não ter um rosto conhecido para ver, é estressante. Como brasileiro eu sei não desisto nunca se escolhi desta forma devo enfrentar e sair triunfante.

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segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Eu



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